Foi uma espécie de Joselito português . Numa entrevista concedida ao programa “Alta Definição” Saúl Ricardo recordou o início do percurso ligado à música e o desentendimento que teve com os pais , a quem acusa de terem gastado todo dinheiro que o cantor conseguiu ganhar com o sucesso que fez na infância.
[Foto de 1996]
“Eram os meus pais que geriam todo o dinheiro e todos os imóveis. […] Não tinha acesso direto ao dinheiro. A minha mãe era a minha empresária e o meu pai tratava de todo o material de som e afins, na altura. […] Estamos a falar dos anos 1995 e 1996 e eram mais ou menos 600, 700 contos por espetáculo [ou seja, 3000 a 3500 euros]…Às vezes, quatro vezes por dia, 280 dias por ano. Foram três anos assim. […] O merchandising era todo nosso, também. Estás a ver o dinheiro que envolvia, CDs, t-shirts… Naquela altura, não se vendiam menos de 600 CDs por festa e ainda cerca de 1500 cassetes. Tudo isso contribuía para o bolo final”, começou por recordar
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Foi apenas aos 18 anos que Saúl Ricardo se apercebeu de que, na verdade, não era dono desse património: “Fui ao banco, para levantar dinheiro, e tinha 14,50 euros na minha conta bancária. Não fui ao balcão, fui atualizar somente a caderneta. Fiquei com tanta vergonha que saí do banco e pensei: ‘Não pode ser, alguma coisa está errada.’.”
A primeira cassete foi lançada em 1992 como imitador de Quim Barreiros . O grande êxito chegou em 1996. Hoje o maior de todos os sucessos é a família que construiu depois de tudo ruir. .
Saúl Ricardo, que tem, agora, 35 anos, confessou que aguarda, até hoje, por uma resposta, sendo que já não fala com os pais há mais de 15 anos: “Queria uma explicação sobre o que se tinha passado, saber o porquê de terem feito aquilo. Falo, também, pelos meus irmãos. Podíamos estar todos bem, hoje em dia. Tanto trabalho, tanto suor… Podíamos estar todos bem, não precisávamos de passar por isto. Até hoje, estou à espera da resposta.”
Perante a tristeza, Saúl Ricardo até pensou numa atitude extrema: “Pensei fazer uma coisa que é impensável: pensei no suicídio, na altura. Quem passa pelo mesmo que peça ajuda. Tive a ajuda da minha mulher, que, na altura, era uma rapariga de 16 anos. Era uma criança, mas já era muito mulher para a idade que tinha, era muito madura. Tive essa ajuda, se não tivesse poderia não estar aqui.”
A jovem Marisa foi uma salvadora para Saúl . Hoje são pais de Letícia que nasceu em 2018.
Texto: revista Jet7/redação
Fotos: D.R/divulgação
Caso esteja a sofrer de algum problema psicológico, tenha pensamentos autodestrutivos ou sinta necessidade de desabafar, deverá recorrer a um psiquiatra, psicólogo ou clínico geral, podendo, ainda, contactar uma das seguintes entidades:
– Conversa Amiga (entre as 15h e as 22h) – 808 237 327 (número gratuito) e 210 027 159
– SOS Voz Amiga (entre as 16h e as 24h) – 213 544 545
– Telefone da Amizade (entre as 16h e as 23h) – 228 323 535
– Telefone da Esperança (entre as 20h e as 23h) – 222 030 707
– SOS Estudante (entre as 20h e a 1h) – 239 484 020