Nélson Évora voltou a abordar a relação com Pedro Pablo Pichardo numa entrevista à rádio ‘Observador’, no podcast ’40 minutos’. O primeiro campeão olímpico nacional no triplo salto explicou que a Federação Portuguesa de Atletismo “comprou” um atleta para ter resultados no curto prazo e que não existe futuro além do saltador nascido em Cuba, mencionando os 29 anos de Tiago Pereira.
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“Não temos um atleta júnior que salte 16 metros. Que possamos dizer que saltará 17 metros em sénior, que possa ganhar uma medalha. Fico contente que ele [Pichardo] traga uma medalha. Mas isto espelha o quê? Interesse de quem? Quem é que lucrou com isso? Foi Portugal! Claro, é bom, no curto prazo. Foi um investimento feito no curto prazo. Foi comprado um atleta para poder ter resultados a curto prazo. É uma referência. É como é! Dei aqui uma referência exata. Não pode acontecer isto [n.d.r. obtenção da nacionalidade em timings diferentes]. Não tenho nada contra ele e nunca tive nada contra ele. Estive 11 anos em Portugal, não competi por Cabo Verde e Costa do Marfim, e até me sinto envergonhado quando dou de caras com as federações das minhas origens. Até baixo a cabeça. São as minhas raízes mas não quis porque vim para cá com seis anos. Não sei nada sobre Cabo Verde e a Costa do Marfim. Tinha duas pessoas em casa que me deram educação conforme os costumes cabo-verdianos. À parte disso, todos os meus amigos são portugueses. Quando me foi dado a escolher em juvenil, eu recusei [outros países]. Disse que não me ia sentir bem vestir a camisola de um país no qual não me sentia”, vincou o atleta nascido na Costa do Marfim e campeão olímpico na China, em 2008.
Texto: revista Jet7/redação
Fotos: D.R/divulgação
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